Todos os anos existem discussões sobre como exatamente um determinado estilo de cerveja surgiu. Para que um estilo de cerveja exista oficialmente, ele deve ser definido em termos de OG, cor, teor de álcool, nível de carbonatação, corpo, nível de amargor e características de fermentação. Deve haver uma faixa para cada uma dessas categorias, porque cada categoria recebe sua justificativa com base nas cervejas comerciais. Esperançosamente, são cervejas comerciais que estão prontamente disponíveis para que juízes possam usá-las como pontos de referência para melhor entender o estilo.
As perguntas permanecem: Por quê existem "estilos de cerveja"? Isso importa?
Afinal de contas, cerveja é cerveja, certo?
A maioria dos bebedores de cerveja são apenas isso: bebedores de cerveja. Entretanto, com o crescimento das cervejas artesanais no Brasil, mais pessoas estão sendo introduzidas aos diversos "estilos de cerveja". Isso faz com que elas entendam que existem variedades, e ao experimentarem, encontrem o estilo, ou até mesmo a cerveja que mais lhes agrade.
Surgimento dos estilos de cerveja
Praticamente todo estilo de cerveja se originou por razões muito ligadas à história e região onde era produzidas. Atualmente, consideramos o acesso aos alimentos garantido e tendemos a esquecer que, durante a maior parte de sua história, a cerveja foi absolutamente regional.
Sem refinamentos modernos em embalagem, filtração, refrigeração e pasteurização, a cerveja não viaja bem (com algumas exceções que foram projetadas para viajar). As cervejas eram mais comumente produzidas na mesma cidade ou até mesmo no mesmo bairro onde o consumidor morava. As pessoas obtinham sua cerveja de sua fonte local, e essa fonte definia o que consideravam cerveja.
As próprias cervejas foram definidas por métodos tradicionais e por ingredientes tradicionais, geralmente ingredientes locais. Afinal, as cervejas tendiam a aparecer em regiões onde a cevada crescia bem, assim como os vinhos predominavam nas regiões propícias ao cultivo de uvas (que eram, por coincidência, regiões onde as cervejas se estragavam com facilidade).
O mais local dos ingredientes, e possivelmente também o mais significativo, é a água. A natureza da água controla a natureza da cerveja o tempo todo. Quer sejam as águas macias da cidade de Pilsen, as águas ricas em carbonato de Munique ou as águas duras de Dortmund, cada um dos grandes estilos de cerveja surgiu originalmente como um produto de abastecimento de água da cervejaria.
À medida que a tecnologia e a ciência cervejeira melhoraram, mais elogios sinceros tornaram-se possíveis, e as cervejas que provaram ser as mais populares foram amplamente imitadas. Tornou-se mais comum uma cervejaria produzir uma “variedade” de cervejas. Um cervejeiro alemão poderia produzir uma Helles, uma Dunkel, uma Pilsen e talvez uma Bock sazonal.
Diferenças entre os estilos de cerveja
Algumas cervejas tem dulçor residual, outras são secas; algumas são super alcóolicas, outras extremamente leves. São diversos elementos que diferem as cervejas entre sí, as vezes até dentro do mesmo estilos, temos interpretações bem distintas em função do range das características já mencionadas anteriormente.
O equilíbrio entre malte e lúpulo é fundamental para um estilo bem definido. Embora a percepção de equilíbrio seja subjetiva, o amargor pode ser medido (em unidades de amargor) no laboratório. A percepção é o ponto chave: uma cerveja extremamente complexa, com alto corpo e dulçor residual pode ter um nível muito alto de amargor e não ser percebida como tal, enquanto uma cerveja mais leve e seca pode parecer muito amarga com muito menos IBU.
Examinar os estilos de cerveja abre um mundo maravilhoso de possibilidades, de novos sabores e novas abordagens para a fabricação de cerveja - desde que isso não seja tão rígido a ponto de acabar com a nossa criatividade. Apenas mantenha aquele Wild Wood Aged Spiced Raspberry Dunkel Pils longe de mim, por favor!
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